Vou dar início a uma nova prática: sempre que comentar ciência em órgãos de comunicação social, colocarei aqui o post correspondente. Vou começar a fazê-lo porque lamentavelmente, o jornal Público, com um editorial outrora isento, alinho muito convenientemente pelo diapasão socrático, o que é o mesmo que dizer que, no âmbito da nossa Ciência, cala muitas vozes dissonantes. Como a blogosfera (ainda) é relativamente livre, escrevo simultaneamente aqui.
Como comentário à notícia que dava conta de uma acusação do Sr. Reitor da Universidade de Lisboa ao Ministro da Ciência, sobre a questão da desorçamentação das universidades em detrimento dos acordos firmados com instituições americanas (disponível em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1310104&idCanal=58):
"Eu encho-me de rir com a surpresa que o Sr. Jornalista quer fazer criar nos leitores. Toda a gente sabe que o meio universitário está absolutamente corrompido, a começar no MCTES e na Direcção Geral do Ensino Superior e a acabar nos alunos, sejam eles de licenciatura ou de pós-graduação. É um sistema que não é avaliado decentemente, que não estimula a concorrência e a competitividade sãs, que favorece o amiguismo e o compadrio... Há situações que são verdadeiros casos de polícia. Só que nada disso é novo, e o jornal Público (bem como muita da comunicação social portuguesa; já agora, tenhm por favor a decência de não me censurarem, como já aconteceu quando estou tão bem disposto como hoje) não investiga porque não quer!!!! Eu já me disponibilizei para dar dados, que funcionariam como provas irrefutáveis do total comprometidmento de muitos professores e cientistas da nossa praça com prática ilícitas ou moralmente condenáveis, e o que é que o Público fez? Rigorosamente nada. Ao menos que nos valham os blogues, como o scientias.blogspot.com que escrevo, que vai servindo para discutirmos num tom simpático as malfeitorias que se fazem em Portugal.Em relação ao assunto de hoje, tem toda a razão o Sr. Reitor: negoceiam-se contratos mirabolantes com os americanos (por mim, até podiam ser chineses, mas o facto é que são americanos - para não me acusarem de anti-americanismo) quando não são capazes de garantir o próprio financiamento nacional para os grupos de trabalho de excelência em Portugal!!! Haverá maior contra-senso??? Os leitores vão a www.fct.mctes.pt e vejam com os própiros olhos: concursos fechados em 30 de Setembro de 2006 ainda não foram avaliados!!! E os investigadores vivem de quê, no entranto. Sr. Ministro? Somos professores universitários e investigadores, mas não somos burros. Não nos leve a mal a franqueza, mas algo está profundamente errado com o que tem andado a fazer."
Friday, November 9, 2007
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